
Foto: Jade Gadotti
Nina Horta foi a mais importante cronista de comida do Brasil. A autora tratou esse universo sensível como fonte de encantamento do mundo e sua escrita influencia jornalistas, escritores e cozinheiros desde os anos 80, com sua perspicácia linguística.
Ministrado e produzido pela jornalista Luiza Fecarotta, este curso propõe uma escavação arqueológica da obra de Nina Horta, que reflete astúcia na observação afetiva e crítica do cotidiano da comida. A intenção é identificar as várias camadas de sua literatura, capaz de evocar cheiro, temperatura, sabor e que resulta na criação de um novo jeito de pensar a comida.
Para quem: interessados e curiosos em comer, cozinhar, ler e escrever

PROGRAMA DE AULAS
Aula 1: Quem é Nina Horta e o que a sua literatura desperta
Crônica e memória
O que é uma análise informal; a importância do direito à literatura na sociedade ideal; duas maneiras de apresentar Nina Horta; a crônica e suas particularidades; traços comuns desse gênero brasileiro na obra da autora; uma nova interpretação da comida por meio da memória
Aula 2: Escrita dos sentidos
A importância da palavra e da observação do mundo
As dimensões da comida e a interferência da cultura nas vivências; como o acervo léxico contribui para narrar experiências sensíveis e encantar o mundo; a língua curiosa e a linguagem da cozinha de Nina Horta; a comida de alma e a comida perversa; a observação como ferramenta para construir ideias; recursos linguísticos
Aula 3: Riqueza narrativa
A subjetividade das receitas; o papel da ambientação; e a contribuição do repertório intelectual
Receita como narrativa; uma cozinheira entre livros e fogão; a utopia da receita inédita; roubar, adaptar, inventar; construção da atmosfera e ambiente como personagem; riqueza de detalhes x excessos; bons cozinheiros precisam ler romances; um guia cultural de Nina Horta: referências de livros e filmes
Aula 4: Literatura de costumes
A comida e o comer ontem e hoje
As modas e as breguices gastronômicas; o exótico e o estrangeiro; fruta do pé e de apalpar no supermercado; o cozinheiro: técnica ou brilho nos olhos? ; o porco, esse poema; o esnobismo x arroz e feijão; cozinhar em casa é chique; a origem do que você come; o simulacro da comida; comer: prazer ou pecado?
O quê: curso on-line Nina Horta - Literatura de Sensações
Onde: Zoom
Quando: terças-feiras, das 19h às 20h30; dias 23/2, 2/3, 9/3 e 16/3
Quanto: R$ 380, em até 2 x (depósito ou pix)
Luiza Fecarotta é jornalista especializada em gastronomia e pós-graduanda no curso de Formação de Escritores, do Instituto Vera Cruz. Trabalhou na Folha de S. Paulo por 16 anos, como repórter, editora e crítica de restaurantes; foi colunista de comida da rádio CBN e do programa Metrópolis, na TV Cultura; e responsável pela curadoria nacional do Fartura, plataforma que promove festivais e expedições de pesquisa sobre a cozinha brasileira.
Formada barista pelo Senac, com diplomações que incluem o "Metodologia SCAA (Specialty Coffee Association of America) de Avaliação de Café", participa de júris de competições como o Campeonato Brasileiro de Barista e ministrou aulas teóricas sobre café na escola do Coffee Lab. Também foi jurada do Latin America's 50 Best Restaurants.
Ela divide ainda a direção do minidocumentário "O Mestre da Farinha" (2018), premiado em quatro países na Europa e na Ásia, e assina a revisão técnica de "Mil-Folhas - História Ilustrada do Doce", publicação da Cosac Naify vencedora do prêmio internacional de literatura infantil Bologna Ragazzi Award (2011).